No próximo domingo, na última
partida das quartas-de-final da Euro 2016, a França, dona da casa, enfrenta a
surpreendente Islândia, que independente do resultado, já terá escrito seu nome
na história.
Para muitos, a campanha da
Islândia é uma imensa surpresa. Afinal, imaginava-se que o fato de ter passado das
eliminatórias já seria o auge de seu time. Também pudera: um país com
cerca de 323.000 habitantes apenas, isolado quase no círculo polar ártico, que
nunca tinha chegado na fase final de algum torneio importante, e na sua
primeira vez, não somente passa invicto da fase de grupos, como elimina a
tradicionalíssima seleção inglesa nas oitavas-de-final.
Mas embora surpreendente, o fato
é que a seleção de futebol da Islândia já vinha ensaiando uma surpresa dessas.
Nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014 por muito pouco não conseguiram
uma vaga. Depois de ficarem em segundo lugar no grupo, a frente de seleções
mais tradicionais como Eslovênia e Noruega, acabaram perdendo a vaga na
repescagem para a Croácia. Nunca tinham chegado tão longe.
Dois anos depois, surpreenderam
novamente ao se classificar para a Euro, eliminando a seleção da Holanda com
uma vitória em Amsterdã. Os islandeses não estavam para brincadeira: https://www.youtube.com/watch?v=3sLfAxSmuGk
E agora, definitivamente, a
Islândia virou a sensação. Embora sem contar com grandes craques mas tendo como
ponto forte a organização tática, pode-se destacar o zagueiro Gunnarsson,
zagueiro barbudo do Cardiff e capitão do time. Interessante que ele quase virou
jogador de handebol, muito popular no país e que deu à Islândia uma medalha de
prata olímpica em 2004. Seu pai jogou pela seleção nacional deste esporte e tem
um irmão que joga atualmente no handebol alemão.
Além do time, a torcida tem sido
um show à parte. Contando com cerca de 8% da população do país na França, os
islandeses têm um show com uma coreografia acompanhada de um grito viking
“Hu-hu-hu” (https://www.youtube.com/watch?v=rhyZN9KGNpM). Se nos empates frente a Portugal e Hungria, o time já foi
celebrado, as vitórias diante da Áustria e da Inglaterra foram motivos de
êxtase: https://www.youtube.com/watch?v=EhRLgAt3INc
Muita gente se pergunta como um país com uma população tão pequena e sem craques reconhecidos (embora todos joguem em times fora do país) pode ir tão longe. O incrível é que esse sucesso não se restringe ao futebol. Além do time de handebol da Islândia, vice-campeão olímpico, o pequeno país gelado tem, incrivelmente, se destacado na música também.
Muita gente se pergunta como um país com uma população tão pequena e sem craques reconhecidos (embora todos joguem em times fora do país) pode ir tão longe. O incrível é que esse sucesso não se restringe ao futebol. Além do time de handebol da Islândia, vice-campeão olímpico, o pequeno país gelado tem, incrivelmente, se destacado na música também.
Além da já famosa e bem conhecida Bjork,
diversos outros músicos da Islândia têm se destacado nos últimos tempos. No campo da
música eletrônica, podemos citar GusGus (cujo nome vem de cuscuz). Em relação ao
indie-rock, Of Monsters and Men merece ser citado, inclusive por terem passado
pelo Brasil no Lollapalloza de 2016 e terem feito muito sucesso (o show está
disponível na íntegra em https://www.youtube.com/watch?v=0yeD8kHqr8w)
. Além de bons de músicas como a já bastante conhecida Mountain Sound (https://www.youtube.com/watch?v=Uc7Z0G4znAA),
curiosamente o líder da banda relatou, recentemente, elogios a forma como
torcedores de futebol se portaram em um dos seus shows em Manchester (Inglaterrra):
"We were playing in Manchester, England and there were these four
big bald football hooligan types in the audience all dressed in United football
outfits. Not our typical audience members but they started singing with one of
our quiet songs in this football chant kind of way with their deep voices and
accents. It was hilarious because their voices cut through everything. We could
hear their singing growl in our in-ear monitors which is kind of amazing
considering we are listening to the whole band in our monitor mix. They were
definitely fans because once they started singing they kept going through our
whole performance and knew every song. In between songs we could hear them
screaming our names in that special kind of growl. We felt like football stars
for a moment. Very funny moment."
Além de Bjork, GusGus e Of
Monsters and Men, outra excelente banda é Sigur Ros. Com uma música de difícil definição,
com uma sonoridade rica, mesclando sons instrumentais com psicoldélicos, Sigur
Ros conseguiu despontou para o mundo com o disco Ágætis Byrjun (que significa “Um
bom começo”), selecionado com um dos 1001 discos para ouvir antes de morrer
naquele famoso livro. E a prova de que os islandeses estão mesmo antenados é o
belo clipe oficial de “Viðrar vel til loftárás” que une futebol, música e luta
contra homofobia. Vale a pena conferir: https://www.youtube.com/watch?v=akYuy2FMQk4
Não sei até onde vai a Islândia
com seu futebol, mas a julgar por toda sua contribuição não só para o futebol
da Eurocopa 2016, mas para a música no mundo todo há algum tempo, minha torcida
é para que o mundo conheça cada vez mais a Islândia.
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