Waldir Peres, com V e Z, como saiu no Futebol Cards |
Waldir Peres foi responsável direto pela minha primeira comemoração como torcedor, quando com suas defesas durante o jogo e sua catimba nos pênaltis, levou o São Paulo ao título nacional de 1977. Lembro até hoje que, como não tínhamos TV, convenci meus avós paternos a me levarem para o restaurante de um clube perto de casa onde transmitiriam a final. Para uma criança que recém descobre o futebol, o primeiro título é algo inesquecível. E devo isso diretamente àquele goleiro careca cabeludo, que envergava uma clássica camisa cinza.
No São Paulo campeão brasileiro de 1977 |
Antes disso, comigo ainda muito pequeno, Waldir já tinha conquistado o campeonato paulista de 1975 ao defender incrivelmente os 3 pênaltis batidos pela Portuguesa na decisão.
Depois de 1977, passei anos guardando escalações do São Paulo sempre começando com o nome dele. O São Paulo montou um memorável time no início dos anos 1980, quando se sagrou bi-campeão paulista e vice-campeão brasileiro e a escalação ficou pra sempre na minha memória: Waldir Peres, Getulio, Oscar, Dario Pereira e Airton (Marinho em 81); Almir, Heriberto (Everton) e Renato; Paulo César, Serginho e Zé Sérgio (Mario Sérgio).
Waldir Peres no São Paulo de 1981 |
Politizado, Waldir chegou a ser presidente do sindicato de jogadores e lutava por um calendário melhor para os jogadores. Com justiça, foi para as Copas de 1974, 78 e em 82, como titular daquele memorável esquadrão montado pelo Mestre Tele Santana. Embora muitos lembrem de sua falha contra a URSS, a forma como chegou à titularidade foi inquestionável. Valdir Peres teve atuações brilhantes na fase preparatória, incluindo dois amistosos contra a Alemanha Oc. Na primeira, disputada na casa alemã, Waldir defendeu dois pênaltis cobrados por Paul Breitner (https://www.youtube.com/watch?v=tXWW_dTewoY). Na segunda, no Maracanã, fez defesas sensacionais.
Ficha técnica do Valdir no Futebol Cards, figurinhas de futebol no final dos anos 1970 |
Em 1984, numa fase de renovação, acabou saindo do São Paulo depois de quase 12 anos e 611 partidas, um recorde só superado posteriormente pelo Rogério Ceni.
Enfim, Waldir Peres foi dos meus primeiros ídolos e sempre que jogava botão, adorava soltar um "defendeuuuu Valdiiiiiir" a cada defesa do meu goleiro. Só tenho a agradecer por cada defesa que embalou minha infância tricolor! Valeu Waldir!!
Putz! Lindo e merecido texto, Paulinho.
ResponderExcluirFaço minhas, todas as suas palavras.